Como visitar Castel Gandolfo, a residência de verão dos papas

Castel Gandolfo é uma cidade há 20 quilômetros ao Sul de Roma, nas margens do lago Albano. Lá, os papas mantêm uma residência desde os tempos de Urbano VIII, no século XV. O Pontífice foi o primeiro a utilizar a estância que pertenceu ao Império Romano para passar as férias de verão.

Desde então, o local é usado para o descanso dos papas. Com uma linda vista para o lago e sobre uma grande montanha, o Palácio Pontifício de Castel Gandolfo está hoje como museu. Você pode comprar o ingresso do museu, que dá direito à visita ao palácio e aos jardins, ou comprar com o deslocamento. O charme do deslocamento é que você sai da estação ferroviária do Vaticano e chega na residência papal de veraneio. Pela Trenitalia, sai mais barato e foi esse o passeio que fiz.

A primeira parte é a visita aos jardins. Um grupo sobe em um ônibus de turismo e com um aparelho de áudio guia, você tem informações sobre os lugares. Os jardins são muito bem cuidados e tem peças históricas, belas paisagens combinando com a região do lago e toda uma estrutura que provê a alimentação do Vaticano. Em Castel Gandolfo são criados os animais e plantadas as hortaliças que alimentam o papa. Até o vinho do Vaticano é feito com as uvas do local. Para quem fez o passeio dos Jardins do Vaticano, não há muita novidade além das informações.

A segunda parte do passeio é o palácio em si. No primeiro piso há uma exposição de carros usados pelos papas João Paulo II, Bento XVI e Paulo VI. No segundo, um rico acervo dos retratos dos papas desde Urbano VIII. Além de algumas peças de vestuário e cadeiras que remontam a antiga corte papal.

O terceiro piso é o mais interessante. A residência está aberta para a visita. Então, as salas, capelas, escritórios e até o quarto dos papas está disponível. O passeio dá conta da rotina dos Pontífices como chefe de Estado e da Igreja Católica. Já que no Vaticano a área é usada e as visitas não são possíveis, em Castel Gandolfo você conhece tudo de perto.

Desde sua posse como bispo de Roma, Francisco transformou o local em museu. Como o argentino não tira férias, ele deu um novo aproveitamento ao local. Os últimos papas a usarem foram João Paulo II, que, além de adorar fazer muitas caminhadas na região, construiu uma capela pessoal com Nossa Senhora de Częstochowa, padroeira da Polônia. Bento XVI também gostava do local, quando se retirou do papa passou alguns meses na residência.

O passeio é rico em detalhes e o deslocamento é feito em 40 minutos. Há horários de ida e volta das sete às sete, todos os dias.

Conhecer Castel Gandolfo e Santa Maria Prasede foram os pontos altos do dia de hoje. Castel Gandolfo é uma região linda, além do passeio sensacional, e lembra um pouco Avignon. Fui àSanta Prasede como complemento da visita nas Catacumbas de São Calisto, já que os papas e os mártires da igreja foram transferidos para lá. Participei da missa em italiano na igreja. Foi a primeira vez que senti muito calor. A missa celebrada por um padre muito idoso, quase não enxergava as orações. A assembleia era formada por senhoras da mesma faixa etária. A Igreja é muito bonita e têm mosaicos dos primeiros séculos do cristianismo.

O dia terminou na Fontana di Trevi, a mais linda do mundo. Fiquei um bom tempo sentado vendo o grande movimento. Joguei minha moeda para garantir a volta para Roma.

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